JESSEANTENADO

terça-feira, 9 de julho de 2013

FAMILIA DO JORNALISTA ASSASSINADO F. GOMES É CONTRA JURI POPULAR EM NATAL


Familiares de Francisco Gomes de Medeiros, o F. Gomes, assassinado a tiros no dia 18 de outubro de 2010, discordam da possível mudança no local do julgamento dos acusados de participação na morte do radialista. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte ainda não tem data agendada para a apreciação do pedido da defesa de transferir o júri popular de Caicó, cidade onde aconteceu o crime, para Natal. O juiz criminal Luiz Cândido de Andrade Villaça, da comarca de Caicó, opinou ser favorável à mudança.
Caso os desembargadores aceitem o pedido de desaforamento, é provável que a data do julgamento também seja alterada. A princípio, o julgamento está marcado para o próximo dia 5 de agosto, a partir das 9h, no plenário Ciloé Capuxú, do Fórum Amaro Cavalcante, em Caicó.
"O que mais me revoltou foi o fato do juiz ter dado essa declaração. Tivemos uma conversa anteriormente e ele garantiu que não havia motivo para mudança", afirma Ilmo Medeiros Gomes, irmão do radialista. Para o juiz criminal Luiz Cândido Villaça, o clamor social do crime, que chocou Caicó, pode afetar a imparcialidade do corpo de jurados. Ilmo discorda. "É público e notório que nunca fizemos qualquer tipo de movimento sobre a questão. Aguardamos todas as manobras calados. Só queremos justiça", reforça o irmão de F. Gomes.
De acordo com Érika Gomes, filha do radialista, o Ministério Público chegou a pedir para que a família evitasse se manifestar. "Nos pediram silêncio para não atrapalhar nada e agora acontece isso. Estamos revoltados com a declaração do juiz. Se vai ocorrer júri popular, tem de acontecer no local do crime e não em uma cidade que não vivenciou o caso", avalia.

O júri popular em questão colocará no banco de réus o comerciante Lailson Lopes, mais conhecido como 'Gordo da Rodoviária', apontado como um dos autores intelectuais do homicídio, e o mototaxista João Francisco dos Santos, o 'Dão', acusado de ser o executor do crime. Outros quatro acusados de também terem participado como mentores do assassinato ainda aguardam sentença de pronúncia. São eles advogado Rivaldo Dantas de Farias, o ex-pastor evangélico Gilson Neudo Soares do Amaral, o tenente-coronel Marcos Antônio de Jesus Moreira e o soldado da Polícia Militar Evandro Medeiros.

Além de ser contrária ao desaforamento - deslocamento da competência originária dos crimes - a família cobra as sentenças contra outros suspeitos do crime. "Temos a informação de que o Gordo da Rodoviária apontou a participação do tenente-coronel e do policial no crime. Onde está o vídeo dos depoimentos? A polícia tinha provas na época do crime. Onde estão elas?", questiona Ilmo Gomes. O pedido de mudança foi feito pelos advogados de defesa do 'Gordo da Rodoviária'.

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